domingo, 15 de junho de 2008

Como podemos gerar 10 milhões de empregos sem degradar o meio ambiente?

A população está cada vez mais se preocupando com o meio ambiente.
Empresas estão querendo investir e com isso fica mais fácil o financiamento em pesquisas, em projetos ambientais como reciclagem, preservação, educação ambiental e assim gerar mais empregos.
Na área ambiental há vários setores com falta de pessoas qualificadas para trabalhar, se o governo se interessasse mais, abririam concursos, cursos profissionalizantes o que ajudaria a cuidar, a proteger o meio ambiente e com isso aumentaria a quantidade de empregos.
Há muitos problemas ambientais como desmatamento, tráfico de animais entre outros que precisam ser combatidos e para isso precisamos de profissionais.
Com o investimento e o cuidado na área ambiental diminuirá a degradação do meio ambiente.
10 milhões é muito, mas de pouco a pouco é possível unir a duas coisas.

sábado, 14 de junho de 2008

Auto-hemoterapia: É ético ou não o uso dessa prática?

Auto–hemoterapia é uma prática homeopática ligada a isoterapia.
Consiste na retirada de sangue por punção venosa e sua imediata administração por via intramuscular ou subcutânea, em que o doador e o receptor são o mesmo indivíduo. Também é conhecida como terapia do soro, imunoterapia ou auto-hemotransfusão.
A história da auto-hemoterapia teve início em 1911, com F. Ravaut que registrou o modo de tratamento auto (uno mismo, haima - sangra) empregado em diversas enfermidades infecciosas, em particular na febre tifóide e em diversas dermatoses. Ravaut usava a auto-hemoterapia em certos casos de asma, urticária e estados anafiláticos.
Mas foi o professor Jesse Teixeira que provou que o S.R.E (Sistema Retículo Endotelial) era ativado pela auto-hemoterapia em seu trabalho publicado e premiado em 1940 na Revista Brasil – Cirúrgico, no mês de Março. Ele provocou a formação de uma bolha na coxa de pacientes, com cantárida, substância irritante. Fez a contagem dos macrófagos antes da auto-hemoterapia, à cifra foi de 5%. A pós a auto-hemoterapia a cifra subiu a partir da primeira hora chegando após 8 horas a 22%. Manteve-se esse resultado durante 5 dias e declinou para 5% no 7º dia após a aplicação.
Segundo Jesse essa técnica proporcionaria melhora clínica nos portadores das mais variadas patologias:
 Doenças crônicas;
 Infecciosas;
 Auto-imunes;
 Oncológicas

Foi introduzida no Brasil pelo médico brasileiro Dr. Licínio Cardoso, e consistia originalmente em aquecer o sangue até a temperatura de 37º C, por 24 horas, dinamizá-lo e aplicar injeção intramuscular.

Técnica:
Retira-se o sangue de uma veia comumente da prega do cotovelo e aplica-se no músculo, braço ou nádega, sem acrescentar nada no sangue. O volume retirado varia de 5ml à 20ml, dependendo da gravidade da doença a ser tratada. O sangue, tecido orgânico, em contato com o músculo, tecido extravascular, desencadeia uma reação de rejeição do mesmo, estimulando assim o S.R.E. A medula óssea produz mais monócitos que vão colonizar os tecidos orgânicos e recebem então a denominação de macrófagos. Antes da aplicação do sangue, em média a contagem dos macrófagos gira em torno de 5%. Após a aplicação a taxa sobe e ao fim de 8 horas chega a 22%. Durante 5 dias permanece entre 20 e 22% para voltar aos 5% ao fim de 7 dias a partir da aplicação da auto-hemoterapia. A volta aos 5% ocorre quando não há sangue no músculo.
As doenças infecciosas, alérgicas, auto-imunes, os corpos estranhos como os cistos ovarianos, miomas, as obstruções de vasos sangüíneos são combatidas pelos macrófagos, que quadruplicados conseguem assim vencer estes estados patológicos ou pelo menos, abrandá-los. No caso particular das doenças auto-imunes a auto-agressão decorrente da perversão do Sistema Imunológico é desviada para o sangue aplicado no músculo, melhorando assim o paciente.


ANVISA
Nota Técnica nº 1 de 13 de abril de 2007 - 18h50
Auto-Hemoterapia
Considerando os questionamentos recebidos pela Gerência de Sangue e Componentes – GGSTO/ANVISA, sobre a prática denominada de “auto-hemoterapia” esclarecemos o que segue:
1. A prática do procedimento denominado auto-hemoterapia não consta na RDC nº. 153, de 14 de junho de 2004, que determina o regulamento técnico para os procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o uso humano de sangue e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do cordão umbilical, da placenta e da medula óssea.
2. Tal procedimento consiste na retirada de sangue por punção venosa e a sua imediata administração por via intramuscular ou subcutânea, na própria pessoa.
3. Não existem evidências científicas, trabalhos indexados, que comprovem a eficácia e segurança deste procedimento.
4. Este procedimento não foi submetido a estudos clínicos de eficácia e segurança, e a sua prática poderá causar reações adversas, imediatas ou tardias, de gravidade imprevisível.
5. A Resolução CFM nº 1.499, 26 de agosto de 1998, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica. O reconhecimento científico, quando e se ocorrer, ensejará Resolução do Conselho Federal de Medicina oficializando sua prática pelos médicos no país. Proíbe também qualquer vinculação de médicos a anúncios referentes a tais métodos e práticas.
6. A Sociedade de Hematologia e Hemoterapia não reconhece o procedimento auto-hemoterapia.
7. O procedimento “auto-hemoterapia” pode ser enquadrado no inciso V, Art. 2º do Decreto 77.052/76, e sua prática constitui infração sanitária, estando sujeita às penalidades previstas no item XXIX, do artigo 10, da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977.
8. As Vigilâncias Sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis em relação à
referida prática.


A Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia-SBHH, frente a inúmeros questionamentos recebidos, tanto por parte de profissionais médicos como não médicos, relacionados à suposta prática hemoterápica denominada "auto-hemoterapia", vem a público esclarecer o que se segue:
• A Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia NÃO RECONHECE do ponto de vista científico o procedimento "auto-hemoterapia";
• Não existe na literatura médica, tanto nacional quanto internacional, qualquer estudo com evidências científicas sobre o referido tema;
• Por não existirem informações científicas sobre o referido procedimento, são desconhecidos os possíveis efeitos colaterais e complicações desta prática, podendo colocar em risco a saúde dos pacientes a ela submetidos;
• Agrega-se a este parecer, a Resolução do Conselho Federal de Medicina-Resolução CFM no 1.499/98, que em seu artigo 1º, "Proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica".
Frente ao exposto, a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia não recomenda a prática desse procedimento.
O comunicado é assinado pelo Presidente da SBHH, Dr. Carlos Chiattone.

Depoimentos de pessoas que fizeram o tratamento.

O médico José Geraldo Lopes, especialista em acupuntura e homeopatia, disse que parou de prescrever a auto-hemoterapia recentemente, a partir de sua proibição. Ele trabalha na Policlínica Municipal de Ipatinga, no Vale do Aço, e receitava o método há um ano.
Segundo ele, os resultados obtidos foram ótimos nesse pequeno tempo. É uma pena que a gente não possa continuar esse tratamento, que é tão eficiente e barato, afirmou.
A bancária Luciana Luna Fabri, 35, paciente de Lopes, foi obrigada a suspender seu tratamento de auto-hemoterapia contra dermatomiosite doença do sistema conjuntivo, que inflama a pele, músculo e pulmão.
Ao chegar à Policlínica de Itabira, foi informada pela equipe de enfermagem que aquele procedimento havia sido suspensa, por tempo indeterminado, pela Secretaria Municipal de saúde.
Meu médico foi proibido de receitar esse procedimento e eu fui a mais prejudicada. A auto-hemoterapia aumentava minha resistência física, além de ser um tratamento muito mais acessível para as pessoas, afirmou.
Desde que interrompeu as aplicações de sangue no músculo, Luciana voltou para o antigo procedimento com cortisona. Arquiteta diz que manterá tratamento.
Mesmo com a proibição do uso da auto-hemoterapia pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a arquiteta belo-horizontina Aline Candian, 30, não deixará de se submeter a essa prática.
Ela sofre de púrpura doença auto - imune que ocasiona a baixa de plaquetas no sangue e disse que depois que começou tal tratamento, sua qualidade de vida melhorou muito.
Tentava de tudo e nada melhorava meu estado de saúde Passei por vários tipos de tratamentos, convencionais, com cortisona e outros medicamentos e alternativos, como homeopatia e cirurgia espiritual, mas só obtive resultado positivo com a auto-hemoterapia, contou a arquiteta, que engordou 30 kg com o consumo de cortisona e recuperou o peso normal com a auto-hemoterapia.

Auto-hemoterapia e a ética

Artigo 124 do Código de ética médica, que proíbe:
"Usar experimentalmente qualquer tipo de terapêutica, ainda não liberada para uso no País, sem a devida autorização dos órgãos competentes e sem consentimento do paciente ou de seu responsável legal, devidamente informado da situação e das possíveis conseqüências” .

A auto-hemoterapia é uma prática que está crescendo muito.
É ético, sim é o sangue da própria pessoa que é usado. Mesmo que não haja evidências científicas, publicações de livros sobre essa terapia. Para Aristóteles a ética estava a serviço do bem. Muitas pessoas foram beneficiadas com essa terapia e mesmo assim proibiram, se não liberarem essa prática, vai ter mais pessoas fazendo clandestinamente, como vem ocorrendo. Não estão sabendo como agir diante desse novo tratamento é preciso pesquisar, estudar, conhecer os efeitos que causa, tanto benéficos quanto maléficos para não colocar muitas vidas em risco. Temos que ver o que é melhor para a saúde das pessoas além de ser uma prática de custo baixo. Universidades públicas, fundações poderiam pesquisar, mas não tem interesse porque não dá dinheiro. Isso é um absurdo, pessoas doentes necessitam de tratamentos diferenciados para ter mais qualidade de vida.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Reportagem sobre economia

Jornal O Globo
Domingo, 18 de maio de 2008.

Água escassa e cara
Estados começam a cobrar pelo que é usado dos rios. Industrias e consumidor pagam

O senso comum de que o Brasil é um país no qual a água é abundante e nunca vai faltar está caindo por terra. Certos de que o insumo está cada vez mais escasso, a União e os estados estão ampliando a cobrança pelo uso dos rios brasileiros, principalmente no caso da indústria e do agronegócio, para racionalizar os recursos naturais. Hoje, cerca de 20% do PIB brasileiro, distribuídos pelo interior do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, já incluíram a água em sua planilha de custos. Para o consumidor, a tendência será arcar com parte dessa conta, ainda que de forma indireta.
Os governos de Rio, Ceará, São Paulo, Paraná, Paraíba e Minas Gerais já começaram a implantar a cobrança em seus rios estaduais. A ofensiva não visa apenas ao reforço do caixa, ela é orientada pela visão estratégica e de desenvolvimento sustentável. Nas regiões Centro-Sul e Nordeste, já há escassez desse recurso.
A maior quantidade de insumo está no Norte, onde se encontram 68% da água do país, mas apenas 7% da população. No Sul e no Nordeste, onde se concentram a maior produção econômica e 58% dos brasileiros, estão apenas 13% dos recursos hídricos.
Para responder a esse fenômeno, à medida que a cobrança se espalha, as empresas estão buscando formas de reduzir seu consumo. Levantamento feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) estima que se reduziu em 20% o uso das águas das duas bacias nacionais onde já há cobrança.
O mais novo passo da cobrança foi dado na quinta – feira passada, quando cerca de 150 pessoas, entre empresários, agricultores, autoridades federais, estaduais e municipais se reuniram em Paracatu (MG), para discutir detalhes da cobrança do uso das águas da Bacia do São Francisco, maior rio brasileiro, que deve começar em 2009.Estima-se que serão arrecadados R$ 40 milhões por ano quando ela estiver plenamente implantada.

Recursos podem melhorar qualidade

Das empresas de Belo Horizonte aos produtores de frutas de Juazeiro e Petrolina, passando pelos responsáveis pela transposição das águas para o sertão nordestino, todos terão de pagar pela água que usarem e devolverem ao rio.
Será a terceira bacia brasileira cobrar pelo uso desse recurso natural, ao lado das bacias do Paraíba do Sul (nas divisas de Minas, Rio e São Paulo) e do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), na rica região que forma o entorno de Campinas.
Até 2003 não se pagava um centavo para retirar a água dos rios brasileiros, tampouco para devolvê-la – em pior estado – à natureza. A partir daquele ano, as empresas públicas e privadas que se abastecem do Paraíba do Sul começaram a abrir a carteira. O diagnóstico era que o Paraíba estava tão poluído que a cobrança poderia garantir recursos para melhorar sal qualidade e coibir o uso indiscriminado.
Em 2006 foi a vez da bacia do PCJ. O problema da região é outro: as concentrações industrial e populacional das últimas três décadas aumentaram de tal forma o consumo que começou a faltar água para todos. Eduardo Paschoalotti, gerente ambiental da Ripasa Celulose e Papel e vice-presidente do comitê das Bacias PCJ, lembra que o sistema de desenvolvimento da região, que concentra cerca de 10% do PIB brasileiro, depende dos rios. Atualmente a escassez limita a instalação de novas empresas na região.
A Ripasa, que paga R$ 350 mil por ano pela água do rio Piracicaba, está na região desde 1959 e usa o rio não só para resfriar sua planta industrial, mas também como insumo pra produção de papel e celulose. Nos últimos anos, investiu em tecnologia para reduzir a quantidade de material orgânico que devolve ao rio. De 1,7 mil quilos/dia, hoje devolve apenas 400 quilos, o que permitiu economia de R$ 50 mil. Já a AmBev, maior fabricante de bebidas do país, diz que reduziu em 22% o consumo de água em cinco anos.
Maior pagador do setor industrial no PCJ – recolherá este ano R$ 827 mil para ter acesso ao rio Atibaia -, a fabricante de insumos e produtos químicos Rhodia também desenvolveu projetos para reduzir seu consumo. Para manter os equipamentos resfriados, a empresa deixou de captar do rio o tempo todo e passou a reutilizar água por meio de um circuito fechado. Com isso, economizou o suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 500 mil habitantes.
O gerente de Meio Ambiente da Rhodia, Jorge Galgaro, lembra que o consumo inteligente está relacionado sobretudo à necessidade de ter água suficiente para garantir a produção:
- A cobrança implica em custo para a empresa, mas não é predatória nem inviabiliza a produção.
Atualmente, cobra-se relativamente pouco: R$ 0,01 por metro cúbico de água bruta captada, R$ 0,02 por metro cúbico de consumo e R$ 0,10 por quilo de dejetos orgânicos devolvidos no PCJ e R$ 0,07 no Paraíba do Sul.
A ANA espera arrecadar R$ 27,4 milhões este ano de 347 usuário nas duas bacias. O valor estimado supera o de 2007, que ficou em torno de R$ 22 milhões. O dinheiro arrecadado será transferido para as agências de água das bacias de origem (como a Serla, do Rio) para
investimentos em ações de recuperação dos rios, conforme decisão dos respectivos comitês.
Os valores são baixos para estimular o pagamento e ao mesmo tempo incentivar a redução do consumo – diz Patrick Thomas, gerente de cobrança da ANA.
Nem todo processo foi tranqüilo. Nos primeiros meses da cobrança no Paraíba do Sul, havia desconfiança sobre o destino dos recursos. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) impetrou duas ações contra a ANA, alegando incertezas quanto à aplicação do dinheiro devolvido e a falta de pagamento por alguns setores, como o de mineração. Passou a pagar boletos em juízo. Em 2004, uma lei garantiu a vinculação dos recursos, dando credibilidade ao sistema de cobrança.

* Uma ótima idéia a cobrança pelo uso dos rios brasileiros.
Tem que ter a conscientização de que a água é a coisa mais preciosa do mundo porque sem água não tem vida.
Para quem utiliza as águas dos rios, com os recursos podem melhorar a qualidade da água, coibir o uso indiscriminado, melhorar a qualidade de vida das pessoas minimizando a falta de água.




Índios Kayapó

Quantos são:
7.096 (em 2003)
Os Kayapó vivem em aldeias dispersas ao longo do curso superior dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e de outros afluentes do rio Xingu, um território quase, praticamente recoberto pela floresta equatorial, com exceção da porção oriental, preenchida por algumas áreas de cerrado.
O termo kayapó (por vezes escrito "kaiapó" ou "caiapó") foi utilizado pela primeira vez no início do século XIX. Eles mesmos não se designam por esse nome, lançado por grupos vizinhos para nomeá-los e que significa "aqueles que se assemelham aos macacos", o que se deve provavelmente a um ritual ao longo que, durante muitas semanas, os homens kayapó, paramentados com máscaras de macacos, executam danças curtas. Mesmo sabendo que são assim chamados pelos outros, os Kayapó se referem a si próprios como mebêngôkre, "os homens do buraco/lugar d'água".
A língua falada pelos Kayapó pertence à família lingüística Jê, do tronco Jê. Existem diferenças da língua falada entre os vários grupos Kayapó decorrentes das cisões que originaram tais grupos, mas em todos eles a língua é uma característica de maior abrangência étnica, levando ao reconhecimento de que participam de uma cultura comum.
O território kayapó está situado sobre o planalto do Brasil Central, a aproximadamente 300 ou 400 metros acima do nível do mar. Do sul do estado do Pará, ao norte do Mato Grosso.
Uma região preenchida por vales. Pequenas colinas com altitude máxima de 400 metros, freqüentemente isoladas e dispersas sobre todo o território.
Os grandes rios são alimentados por inúmeras calhetas e igarapés que, de tão pequenos, alguns se quer foram descobertos pelos brasileiros.
É difícil dizer com precisão quantos índios kayapó vivem nesse território imenso. 19 comunidades que travam contatos regulares com a nossa sociedade, sabe-se de três ou quatro pequenos grupos isolados, cuja população é estimada entre 30 e 100 habitantes.
Há duas décadas que a população kayapó aumenta de maneira constante. Em certos grupos, a população cresce cerca de 5% anualmente, o que corresponde à duplicação do número de habitantes de uma aldeia em apenas quatorze anos. Mas como os índios, quando isolados, não estão imunizados contra a gripe, a rubéola, a varíola etc., essas doenças ocidentais tomam freqüentemente a forma de verdadeiras epidemias, responsáveis, em pouco tempo, por inúmeras vítimas. A maior aldeia pode chegar a 900 habitantes.
São especialmente as mulheres que produzem a quantidade necessária de alimentos calóricos. As roças, cultivadas em um raio médio de quatro a seis quilômetros da aldeia, são geridas por elas. Cada família possui suas próprias roças, onde se cultiva batata-doce, milho, cana-de-açúcar, bananas e mandioca, extremamente ricas em calorias. Algumas frutas tropicais, o algodão e o tabaco também integram o cultivo.
A maior parte das atividades dos homens se fazem do lado de fora da casa: a caça, a pesca, as caminhadas, a fabricação de objetos e ferramentas. Como são as mulheres que se destinam ao trabalho nas roças, à preparação dos alimentos e à educação das crianças, os homens não se sentem obrigados a realizar deveres domésticos na aldeia.
As aldeias kayapó tradicionais são compostas por um círculo de casas construídas em torno de uma grande praça descampada. No meio da aldeia, há a casa dos homens, onde as associações políticas masculinas se reúnem cotidianamente. Esse centro é um lugar simbólico, origem e coração da organização social e ritual dos Kayapó, célebre por sua complexidade.
A periferia da aldeia é constituída por casas dispostas em círculo, repartidas de modo regular, nas quais habitam famílias extensas.
Na sociedade kayapó, não há um chefe que administre toda a aldeia. Cada associação possui um ou dois chefes, que exercem jurisdição sobre seu próprio grupo.Um chefe deve, durante muitos anos, seguir o ensinamento de um chefe mais experiente.
Os Kayapó buscam uma apropriação simbólica do natural, transformando-o em social pelos cantos de cura e pelas cerimônias que instauram uma troca constante entre o homem e o mundo da natureza. A instalação de novas roças é precedida de uma dança que apresenta muitas semelhanças estruturais com o ritual de guerra. Instalar novas roças é uma guerra simbólica de fato, não contra um inimigo humano, mas contra um inimigo natural. Na volta da caça, os homens devem cantar para os espíritos da caça, que eles mesmos mataram, para que estes permaneçam na floresta. Cada espécie animal designa um canto que começa sempre pelo grito do animal morto. Os rituais kayapó são numerosos e diversos, mas sua importância e duração variam fortemente. Dividem-se em três categorias principais: as grandes cerimônias de confirmação de nomes pessoais; certos ritos agrícolas, de caça, de pesca e de ocasião.
Os Kayapó pensam que os espíritos dos mortos vivem em uma aldeia apartada, em alguma parte nas colinas. Enterram os seus mortos em um espaço bem preciso, fora do círculo da aldeia. A sepultura é composta de um poço de forma circular, no qual o corpo é colocado na posição sentada, o rosto sempre dirigido ao leste. O fosso é coberto depois de diversos objetos pessoais do falecido serem colocados embaixo, como cabaças, armas e alguns ornamentos. O espírito levará estes objetos para a sua nova morada. Nas primeiras semanas que seguem o falecimento, os parentes deixam cotidianamente um pouco de comida e bebida ao lado da sepultura, pois o espírito nem sempre encontra imediatamente o caminho que conduz à aldeia dos mortos.






sábado, 7 de junho de 2008

Relatório da aula de Biogeografia

Biogeografia de Ilhas

Ilhas sempre tiveram grande influência em biogeografia apesar de sua pequena proporção em relação a toda superfície da Terra. Ilhas e outros habitats insulares, como picos de montanhas, lagos e cavernas, representam experimentos naturais que se repetem em vários locais, sendo similares em alguns aspectos, mas diferindo em enorme quantidade de fatores. Ilhas possuem uma grande vantagem em relação as manipulações artificiais, principalmente porque elas foram estabelecidas a longo prazo e possuem um longo tempo de respostas evolucionárias as variáveis encontradas. Entretanto, os dados básicos nos biotas insulares estão ainda sendo compilados, e sua interpretação freqüentemente tem sido sujeita a controvérsias. Por outro lado, este trabalho árduo de coletar e analisar dados e o debate em teste de métodos e idéias alternativas é essencial para o progresso científico.
Histórico - O Impacto do estudo de ilhas no pensamento científico foi iniciado no século XIX, quando vários países da Europa começaram a explorar, mapear e estudar o mundo que tinha sido recentemente descoberto. Naquela época, os naturalistas acompanharam as viagens de exploração e alguns deles, como Wallace e Darwin, não apenas descreveram e coletaram espécimes, mas também notaram padrões na natureza e tentaram explicar estes padrões. Alguns destes padrões mais claros eram encontrados entre as ilhas dos arquipélagos oceânicos que por isso mesmo eram experimentos naturais replicados em várias partes do mundo. As experiências de Darwin em Galápagos, as viagens de Wallace nas Antilhas, causaram um tremendo impacto no pensamento destes cientistas e conseqüentemente no desenvolvimento de idéias sobre evolução e áreas próximas da biologia ambiental que revolucionaram o pensamento em meados do século XIX.

A Cidadania Planetária (Flávio Bezerra)

Diante do novo paradigma vivido, o da visão sistêmica, torna-se possível o desenvolvimento de outras formas de sobrevivência em consonância com o ambiente complexo. Para isso, devemos construir uma forma de convivência humana em escala planetária, tanto no aspecto comunitário, como institucional. Também precisamos construir uma cultura de respeito às diversidades (cultural, religiosa, profissional, de gênero, de histórias de vida, etc) para poder encarar o outro como verdadeiro outro, pois o que existe de mais comum entre os seres (inclusive os humanos), é justamente a diferença. Essa postura passa pela compreensão do campo ético, mas precisamos considerar outros aspectos dentro da consciência planetária, como o espiritual, o existencial, o ecológico e o epistemológico. Enfim, precisamos (re) pensar nossas relações com a natureza, mas antes necessitamos analisar nossas relações entre nós mesmos. Portanto, ser um cidadão planetário é valorizar as relações, os laços de comunhão entre grupos, instituições e outras organizações, além de apreciar o permanente processo de aprendizagem e transformação. Como descrevem Gutiérrez & Prado (2000:47), devemos banir a ordem preestabelecida, linear, seqüencial e essencialmente hierárquica das coisas para dar lugar a outra ordem, que é flexível, progressiva, complexa, coordenada, interdependente, solidária e auto-regulada. Sendo assim, a cidadania planetária se caracteriza por esse todo integrado.
O Planeta Terra é um sistema organizado e complexo, e não existiria sem os seus elementos essenciais (água, luz, ar, plantas e animais), portanto o cidadão planetário pensa de forma planetária e integrada, e está preocupado com a Terra, porque ele faz parte dela. A pessoa planetária, segundo Vío Grossi (1994:41, apud Gutiérrez e Prado, 2000), vive em contato e comunhão com a natureza, sentindo-se parte dela e não dono; vive a vida como processo e está afastada de concepções rígidas e estáticas de vida; preocupa-se e suspeita do poder, da hierarquia e de sua utilização para dominar os demais; procura unir elementos que geralmente caminham de forma separada, como homem e mulher, ciência e senso comum, razão e sentimentos, mente e corpo, sensatez e loucura, etc.; está interessada nas perguntas e não aceita as respostas, desse modo, busca o lado oculto da vida, o não dito, o não proposto, a história não contada; os bens materiais, que representam status social, são menos dominantes; não é dogmática e há uma abertura para o novo; tenta ser solidária na medida do possível; desconfia da burocracia e apresenta autoconfiança no valor de sua própria experiência.
Na sociedade planetária deve-se viver a vida como processo, como fluxo permanente de energia, de situações, de um transcorrer relativamente imprevisível. (Gutiérrez e Cruz Prado, (2000)

Perguntas sobre o texto:

1)Quais são as implicações éticas na visão antropocêntricas de mundo?
Falta de respeito.
2)Em que medida o biólogo se aproxima do biocentrismo?
Respeitando a diversidades de espécies.
3)O que entendemos por cidadania planetária?É valorizar as relações, os laços de comunhão entre grupos, instituições e outras organizações, além de apreciar o permanente processo de aprendizagem e transformação.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Como a biologia pode ajudar o Brasil e como gerar empregos na área???

Pode ajudar na saúde a melhorar a vida das pessoas, no meio ambiente, por meio de pesquisas, projetos gerando mais empregos.
Dependemos da biologia para viver, estudamos a vida e o meio em que vivemos precisamos de investimentos, oportunidades e de profissionais qualificados.